A minha família incumbiu-me de lançar o primeiro artigo de 2018 aqui na nossa casa virtual.

Escrever um artigo sobre alimentação é sempre um desafio, sobretudo numa altura em que os artigos nesta área crescem como os cogumelos (que, se comestíveis, são um alimento bastante interessante 😉 ).

Enquanto nutricionista, sempre que me pedem um conselho para uma alimentação saudável, não sou muito original e começo sempre pelo mesmo: ter atenção à disponibilidade alimentar.  Isto é, ter atenção aos alimentos que temos em casa, tendo em conta que são esses que vão estar disponíveis quando tivermos fome ou quando tivermos que cozinhar.

E esta gestão faz-se logo no supermercado; é no momento da compra que determinamos, em grande parte, uma alimentação saudável que se quer sustentável e económica.

Por isso, deixo aqui 10 conselhos e um exemplo da nossa lista de compras, que não sendo perfeita (não o somos), ajuda muito no propósito de termos uma casa, e uma família, saudáveis.

Se gostarem do aspeto da nossa lista, podem fazer download aqui. 🙂

1.  Não ter a barriga a “dar horas”: esta é a mais conhecida, mas uma das mais importantes. Ir às compras com fome vai fazer com que se tente a comprar por impulso (e por gula 😉 ).

2. Listar e cumprir: Fazer a lista de compras e cumpri-la é fundamental. No momento em que fizer a sua lista, pense também nas quantidades; assim evita fazer contas de cabeça, à pressa, no supermercado, evitando gastos desnecessários e desperdício.

3. Viva os alimentos da época: as frutas e vegetais da época são geralmente mais saborosos, económicos e nutricionalmente mais ricos. Como sabem, a família Alecrim adere à Fruta Feia, pelo que só compramos o que forestritamentenecessário e apenas depois de recebermos a nossa cesta semanal (e, por isso, a coluna fruta e vegetais danossa lista éapenas um exemplo)

4. Congelados sim, mas só no fim: Peixe e legumes congelados são uma excelente opção para a sua alimentação: mantêm a qualidade nutricional dos alimentos, são seguros do ponto de vista microbiológico e evitam a desculpa de “não ter peixe” ou “não ter vegetais” para fazer a sopa. Contudo, devem ser os últimos a entrar a bordo do seu carrinho, para diminuir o risco de se estragarem durante as compras.

5. Enlatados para os cozinhados: Tal como os congelados, alguns enlatados podem ser uma excelente opção para os dias de pressa ou de falta de ingredientes. Falamos das  leguminosas (feijão, grão, ervilhas) e das conservas de peixe (atum, sardinhas), que são alimentos económicos e saudáveis.

6. Promoção sem tentação: as promoções são muitas vezes uma tentação, pelo que o melhor é pensar duas vezes e  levar apenas que já fosse comprar. Por exemplo, se queria comprar carapaus, mas o robalo está em promoção, ora pois, leve o robalo (e delicie-se!). Se as bolachas não estão na sua lista, não as compre, mesmo que estejam numa promoção de lançamento. E mais, não acredite à primeira nas promoções que estão em destaque; muitas vezes, a marca branca continuará a ser mais barata.

7. Pão fresquinho: na nossa lista não incluímos o pão, porque o compramos na padaria (e torramos, congelamos,…). O pão embalado (ou conservado) é, geralmente, mais dispendioso e também menos interessante do ponto de vista nutricional.

8. A embalagem também se paga: embalagens mais apelativas ou mais cómodas podem encarecer o preço dos produtos. Por exemplo, vegetais frescos já preparados, iogurtes em potinhos de vidro, queijos já fatiados são geralmente mais caros, pelo que deve tê-los em atenção quando faz a gestão do seu orçamento.

9. Atenção à posta: como pode ver na nossa lista, não colocamos “filete” ou “postas” para o peixe, porque geralmente o compramos inteiro, o que é mais económico. Da mesma forma, para a carne preferimos fazer os pedidos no balcão da secção de talho, em vez de optar pelas peças já embaladas.

10. Inspetor dos “light“: Tal como para as promoções, não deve comprar um produto só por ser light, nem, muito menos, comê-lo em maior quantidade. Inclusivamente, é frequente que a redução do açúcar de um produto seja compensada com o aumento da gordura e vice-versa. Assim, escolha tendo sempre por base as informações do rótulo.

E isto leva-nos a uma dica extra: A base da nossa alimentação (e das suas compras) devem ser os alimentos que não têm lista de ingredientes nem versões light

Um Feliz Ano Novo, cheio de saúde

Nutricionista Alecrim